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O suicídio não é a resposta.

  • Foto do escritor: clarice rojas
    clarice rojas
  • 17 de set.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de set.

São inúmeros os motivos que podem levar alguém a considerar o suicídio. A razão, em princípio, é simples: Parece ser uma resposta fácil e rápida para as dores que nos levam a agonizar em vida. 


Porém, alguns questionamentos importantes devem ser feitos em relação a este tema: Que imagem de nós mesmos estamos tentando extinguir ao considerar o suicídio? Quais são os parâmetros que devemos usar ao julgar se vale ou não a pena viver? Acredito que cada pessoa precisa, individualmente, ponderar sobre estas questões em algum momento da vida ou ao longo dela. 


Albert Camus, filósofo francês, criou a teoria do Absurdismo. Para ele, somente existe um problema filosófico verdadeiramente sério: o suicídio. A clareza da falta de um sentido de vida fixo ou pré-estabelecido, combinado com os sofrimentos diários da existência humana, leva ao desespero, que inevitavelmente leva a contemplação da possibilidade do suicídio. Entretanto, também existe a possibilidade de restabelecimento com o engajamento pela preservação da própria vida. Essas duas variáveis, para ele, estão sempre lutando entre si.


"Eu me rebelo, portanto eu existo"
"Eu me rebelo, portanto eu existo"

Camus afirmava que, diante do absurdo da aparente falta de sentido da existência, o que importa é aquilo que o sujeito consegue fazer para se fortalecer em relação a esta angústia, já que é necessário um tipo de força para enfrentar um mundo repleto de contradições: a revolta. Revoltar-se com a falta de sentido e buscar por ele mesmo assim. O revoltado é alguém que se rebela contra a falta de sentido e tenta, de qualquer maneira, encontrar formas plausíveis de continuar. Porém, para que a revolta seja possível, é preciso dar continuidade a vida. 


O suicídio não é a resposta; ele é a aniquilação de toda e qualquer possibilidade de restabelecimento da imagem de si, de qualquer busca por sentido ou expressão pessoal. É jogar fora a viabilidade da cura, é esvaziar a possibilidade de qualquer coisa. O suicídio é sempre uma fatalidade.


Se é um fato que são inúmeros os motivos que levam alguém a buscar o suicídio, acredito que são ainda mais numerosos e vastos os motivos para buscar a continuidade da vida. Sabemos que a morte é a única certeza da vida, então, que busquemos um pouco mais de vida antes da morte.


"É fácil morrer. A toda hora, em todos os lugares, a morte está se oferecendo. Mais difícil é continuar vivendo. Eu continuo. Não sei se gosto, mas tenho uma curiosidade imensa pelo que vai me acontecer, pelas pessoas que vou conhecer, por tudo que vou dizer e fazer e ainda não sei o que será."

— Caio Fernando Abreu


 
 
 

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